“I Still Haven't Found What I'm Looking For”
Quando
resolvi que relataria sobre o show “The Joshua Tree Tour 2017” da banda
irlandesa U2, em São Paulo, a primeira coisa que relembrei foi a superdose de
sentimentos que me tomou em 2006, na arquibancada e em 2011, na grade. Emoções
sentidas tanto ao conseguir os ingressos, tanto ao tocar dos primeiros acordes.
Porém, dessa vez, pensei que seria diferente a compra dos ingressos, já que a
tecnologia deveria trabalhar a nosso favor, não é mesmo? Mero engano...
Junho
– 2017. Foram algumas noites de sono perdida na busca de ingressos, a vitória
ao consegui-los pela generosidade de quem nem te conhece, mas compartilha
contigo o mesmo anseio de ir ao show e entende e ajuda. Pela generosidade
também de quem sai de sua rotina para ir ao encontro de sua irmã para que ela
consiga os ingressos dela e dos amigos.
Ingressos
na mão, felicidade irradiando, grupos do facebook e whatsapp e eis que me
deparo com histórias ricas e incríveis sobre a influência do U2 na vida de
algumas pessoas.
É possível reviver momentos passados com uma música, relembrar músicas que fizeram parte do repertório do casamento e reviver a emoção daquele dia. Relembrar
a primeira vez que entrou em contato com a banda através de um primo, de um amigo. A primeira música ouvida em um parque e sendo tocado pela melodia, ou até mesmo para estudar inglês (meu caso), escutar um álbum (The Joshua Tree), gostar e se
aprofundar nas letras, nos outros álbuns, nas mensagens e sentir que as letras são universais e
atemporais. Músicas essas que acompanham minha vida desde então e me ajudam numa busca particular infinita, afinal “I Still Haven't
Found What I'm Looking For”.
Dentre
histórias de casais, amigos que se reencontraram ou aprofundaram as amizades
devido ao U2, assassinatos, uma história me tocou de maneira mais funda.
A história da Amanda. Amanda
está vivenciando um período turbulento, faz companhia a sua mãe acamada por um
câncer terminal em um leito de hospital. “Quando o U2 vier ao Brasil, vamos
juntas cantar nossa canção”, repetiu inúmeras vezes esta frase ao pé do ouvido
de sua mãezinha. Sim, eles vieram, mas, o plano inicial teve que ser readequado, pela impossibilidade da mãe deixar o hospital.
Tomada de dor no coração foi sozinha homenagear aquela que para sempre viverá
contigo. A música delas não tocou, mas se sentiu conectada com a mãe de maneira
inexplicável, realizando um sonho antigo de duas almas.
Diante
disso, valeu cada noite de sono perdida! Cada adrenalina passada com os grupos
do facebook e whatsapp pela busca de ingressos, pela espera do show, pelas
notícias, pelas repercussões, pelos sonhos realizados, pelas amizades
conquistadas. A música transforma e une, com ela nos tornamos “ONE”. E quem
pode explicar precisamente tamanha euforia? Qual o motivo de tanta importância
de uma banda, de um ídolo, de um show?
Bono,
Edge, Adam e Larry, quatro colunas de um santuário chamado U2, na estrada há
mais de 40 anos, cantam com precisão o que eu penso e sinto sobre o mundo, sobre o amor, sobre a paz, a humanidade, a esperança de que a mudança é possível e o amor vencerá, fazendo muitas vezes as emoções transbordarem em forma de lágrimas.
Colaboração e revisão de texto: Andrea Rodrigues
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