FÉ - Parte 1
Esse tema, tão complexo e interessante, será dividido em 3 partes, com publicação semanal de cada uma delas. Concluiu-se ao finalizar a escrita, que o assunto tomou uma proporção não prevista. Decidiu-se, portanto, a possibilidade de expor tudo, porém aos poucos para não se tornar um escrito enfadonho. Convidamos vocês a embarcarem conosco nessa reflexão. Esperamos que goste. Boa leitura!
Andrea e Neide
“Fé não faz as coisas serem fáceis, mas as tornam totalmente possíveis...”
Essa não é
apenas uma história, nem tão pouco comum. Essa é
verdadeiramente uma narrativa real de fé, persistência,
promessa, jejum e milagre.
Ela nunca
teve o grande sonho de ser mãe, construiu carreira, viajou pelo mundo
agregando conhecimentos e contemplando paisagens, sempre adiando ou aguardando
o momento em que o anseio de se doar plenamente a outro ser despertasse capaz
de fazê-la renunciar até a ela mesma, ainda que temporariamente.
E
o despertador biológico tocou em determinado momento de sua vida de
casada, um pouco do desejo misturado com a corrida contra o relógio, uma vez
que ela tinha consciência de que o tempo cobra das mulheres.
Com esse anseio
vindo à tona, o casal iniciou o seu sonho, de início tranquilo, sem
pressa, que ocorresse no tempo certo. E ocorreu. Porém, algo
inesperado dilacerou seus corações - o aborto. Foram apenas quatro semanas
entre o resultado positivo e o fim de um sonho mal iniciado, mas
tão intenso. Foi triste, avassalador,
com muitas lágrimas desesperadas e questionadoras.
Depois
do período de luto e de recuperação física e psicológica,
essa última mais demorada, o casal volta a sonhar. O tempo de fato
não espera e meses se passam sem uma nova boa notícia. Tentando controlar
a ansiedade, vivem suas rotinas normalmente, todavia a cada mês, a
sensação de luto se repete.
1 ano e 6
meses depois desse primeira experiência impactante, a aflição e ansiedade já tomam grande
proporção em suas vidas, e o casal decide, assim, ouvir outra opinião. Exames especializados são
solicitados e o diagnóstico recebido logo na sala de exame desmorona seus
mundos: “a senhora precisará passar por uma inseminação artificial para
que consiga engravidar, naturalmente é impossível que tenha
filhos. Sinto muito”. Aquelas palavras entram uma a uma na mente daquela
mulher, totalmente sozinha e vulnerável na maca. Lágrimas rolam sem
cessar, ao sair da sala, ao buscar o olhar do marido e encontrá-lo, sente ali
um pouco de refúgio. De repente, o chão se perde e nada mais faz sentido. “Como
assim? Por que eu?”
Não
satisfeitos, o casal vai atrás de outras respostas científicas,
exames mais complexos realizados, até o diagnóstico final irredutível do médico: “vocês
não poderão ter filhos de forma natural. Se tivéssemos falando de 30 anos
atrás, a única opção possível, seria a adoção. Hoje, temos a inseminação
artificial”. Novamente as palavras se confundem, a cabeça rodeia e o chão
se perde.
Entretanto,
diferente do episódio na sala do primeiro exame, a reação é
diferente. A primeira decisão tomada ao sair do médico: não aceitação do
diagnóstico de maneira serena, decisão fortalecida pelas palavras de sua
mãe horas depois: “Me promete que você nunca dirá as
palavras “eu não posso ter filhos”, simplesmente tenha FÉ!”. Nessa mesma
data, sua melhor amiga em solidariedade lhe propõe um jejum. E não com o
propósito para que ela conseguisse ser mãe, mas que a aceitação do que viria a
seguir fosse tranquila e sem amargura. E assim foi feito, a vida seguiu.
Essa mulher sentiu
sua fé enfraquecida diversas vezes, se questionando, discutindo com o “seu”
Deus, se sentindo culpada e castigada. E em meios a tantos questionamentos foi
na fé que ela encontrou seu maior consolo para continuar sua jornada, pedindo
força para aceitar fatos que fogem de sua vontade, sabedoria para entender e
paciência para esperar as respostas que o tempo sempre apresenta.
Passado alguns
meses, por pesquisa e curiosidade, o casal decide procurar ajuda especializada
para entender melhor como funciona uma inseminação artificial, valores etc. Uma
bateria de exames é solicitada. O médico, muito gentil, foi capaz de
reacender alguma esperança ao dizer que não iria adiantar nenhum
diagnóstico até ter o resultado dos exames que deveriam ser feitos assim
que começasse seu novo ciclo menstrual.
E eis que o
impossível torna-se possível, exames solicitados não puderam
ser feitos, o milagre acontece, ela está grávida! E hoje o filho desse
casal diariamente enche seus corações de um amor nunca antes sentido e
os lembra de que o impossível não existe para quem acredita, para
quem tem Fé.
Final feliz? Coincidência?
Força do pensamento? Ou uma história de fé e de milagre?
Texto: Andrea
Rodrigues e Neide Costa
Impossível não chorar!!
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