Transformar e ser feliz

Transformar uma situação ou até mesmo uma condição e por muitas vezes o modo de viver (física e espiritualmente) requer paciência e compreensão do porque é necessário mudar.

Há algum tempo venho sofrendo transformações gigantescas na forma física que nem mesmo eu poderia imaginar alcançar. Aliás, transformações que alcançaram patamares maiores que os moldes de um novo corpo.

Quando tomei a decisão de mudar o estilo de vida para ganhar saúde não poderia imaginar que ao ‘derreter’ quilos extras estaria também me transformando em um ser melhor. À medida que eu experimentava novos sabores me dava conta de quantos ‘nãos’ ao longo da vida eu havia dito para a verdura, legume e frutas, mas também para minhas emoções, sensações e prazeres.

Quanta coisa deixei para trás para não desagradar alguém? Ou quanta coisa deixei de fazer para não ser julgado pela sociedade? E ainda, quanta coisa deixei de compartilhar por medo de falar e ser mal interpretada?

Muitas pessoas vivem em estado de conformação um longo período de suas vidas e com sorte despertam ‘para viver’ antes que seja tarde demais. Eu despertei! Depois de uma grande decepção (e quantas não tempos?!) e hoje sei que acertei porque ao invés de cruzar os braços me obriguei a dar novo sentido a minha vida até então conformada.

Transformações acontecem quando despertamos em nós uma vontade incontrolável de fazer diferente, sempre é tempo de ser feliz, de voltar a experimentar emoções, de realizar um sonho, de transformar.

Enquanto fui emagrecendo ao ritmo de comida saudável e exercícios físicos experimentei a sensação de me olhar no espelho e ver um novo reflexo, de entrar em um vestido justo no apadrinhamento de um casamento e receber elogios, de gostar tempo usando maquiagem e perceber que o rímel dá um up no olhar, de experimentar andar na Paulista sem pressa e perceber coisas que a correria nunca haviam me deixado ver.

Quando adulto, deixamos para depois cuidar das emoções e as prioridades são o ter, o ser, o fazer. As conquistas são necessárias, tornar-se adulto implica em muitas conquistas, pessoais, profissionais e amorosas, mas por que depois desta fase a vida precisa ser mecânica?

Na minha jornada de mudança aprendi a gostar de alimentos saudáveis, mas, aprendi a rir de mim mesmo, aprendi que o amor próprio vale muito e que tudo que é ‘meu’ tá guardado e chegará por um caminho ou outro no tempo certo. Aprendi ainda que sentimentos mudam e que ninguém é insubstituível, que traumas são superados e que a verdadeira alegria está na caridade.

Este trecho de uma mensagem escrita pelo Padre Fábio de Melo me alegra e serviu de apoio nesta jornada de transformação: “Antes de chorar sobre os limites que possui, antes de reclamar de suas inadequações, e fadar o seu destino ao fim, aceita o desafio de pousar os olhos sobre este aparente estado de fraqueza, e ouse acreditar, que mesmo em estradas de pavimentações precárias, há sempre um destino que poderá nos levar ao local onde o sol se põe tão cheio de beleza”.

Se temos inquietações e se a alma clama por transformação, de qualquer tipo, tenha coragem, vá em frente. Ser feliz é partilha, mas é também escolha, e é claro, o sol vai sempre voltar amanhã!

Revisão de texto: Neide Costa