Vamos falar de amor?

Esse diálogo foi escrito em parceria com uma amiga muito especial, a escritora Francine S. C. Camargo que me convidou para participar do seu espaço "Duetos" em seu blog www.papodefran.com.
Reproduzo aqui com uma pitada de orgulho.

Ei, chegue mais perto, com o corpo livre e o espírito desperto.
Vamos falar de amor?
(Sem rodeio, sem ferida, cravado e inquebrantável, feito lágrima preterida)
Quanta responsabilidade!!
Então, vamos falar de amor.
Vale a pena, vale a cena e o poema?
Já dizia o poeta: “qualquer forma de amor vale a pena, qualquer forma de amor valerá”.
E para qual direção irão suas palavras, rijas e sem correção?
Amor em suas diversas versões, intensidades e segredos.
(seria tal enigma a nascente do meu desenredo?)
Desde os primórdios, uma verdade sempre prevaleceu: “sem amor, eu nada seria”.
Nada seria, nada faria, nada quereria!
Amor que enobrece, enriquece ou enlouquece / endoidece.
Que afugenta, extasia ou surrupia (sem equilíbrio, teria sido o chão por ele raptado?).
Amor que penetra, preenchendo completamente ou ferindo toda.
Seta certeira que derrama pétalas e sangue em minha face exangue.
Amor que faz chorar e que também faz sorrir.
Não me ficam lágrimas, não me exuberam risos, mal me percebo, já nem me preciso.
Ah, o amor. Exato e tão humano! Cheio de erros e acertos.
Mas tanto claudico e, no entanto, simetrizo quase em concerto. Harmonia cristalina.
Amor pelos filhos. Por um time de futebol. Por Deus.
Pelo que renasce. Pelo desconsolo. Pelo bálsamo, enfim.
Arrebata e consolida paixões antigas.
Paixão que vozeia e não quer despedida.
Amo porque eu amo, sem mais.
Sem menos, sem horas iguais, sem olhares serenos.
Amor faz bem, preenche.
Ou esvazia tudo de vez.
O amor do dia-a-dia.
Compassivo e sem ousadia.
O amor da saudade de tempos distantes.
Amor das verdades que há tempos se fazem errantes.
Amores impossíveis que se tornam possíveis. Platônicos.
Reclusos, trêmulos ao raiar, temerosos em ser titânicos.
Em meio a tanta intolerância, que prevaleça o amor em todas as suas formas, dimensões e cores.
Sem sim e sem não, quase sem alternativa.
Sem emblema, sem volume e meio sem expectativa.
Venha mais perto, vamos falar…
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Postagem original: https://papodefran.com/category/duetos/
 

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