Impressões do litoral cearense - Terra da Luz
Não! Não abandonei o blog. Depois de alguns dias de férias, estou de volta a realidade e não poderia deixar de registrar nossas observações e impressões do local que escolhemos (eu e o Aldo) para descansar, o litoral cearense, localizado no nordeste brasileiro. Até para que não nos esqueçamos das sensações que tivemos, pois com o tempo, mais cedo ou mais tarde, a memória tende a falhar.
Cearense é alegre, simples e receptivo. Seus nomes inventados, muitas vezes com combinações do nome do pai e da mãe são hilários. Para citar um exemplo, uma de nossas guias chama-se "Reshirley", é isso mesmo, "RESHIRLEY". Para facilitar chamávamos-a de "Re". Pensar que uma filha nossa poderia se chamar "Aldineide" por lá é de tirar o sono.
O teatro do humor cearense é algo que todos devem conhecer. Além de ter um preço acessível, conta com um número de comediantes, que se revesam diariamente nas apresentações, que faz você dar risada até chorar.
Citar que as praias são paradisíacas é "chover no molhado", tudo é impressionantemente lindo, de leste a oeste. Em lugares como esse 1 dia representa uma semana. Das praias, tiramos o chapéu para Mundaú e Jericoacora, ou simplesmente "Jeri", como os nativos carinhosamente a chamam...qualquer possibilidade de descrevê-las seria inútil, pois é preciso ver aquelas areias, sentir aquele ar, aquele calor para verificar que não é exagero, você se sente no paraíso.
Ironia o banho na praia de Iracema em Fortaleza não ser recomendado, talvez eles não conheçam o litoral sul paulista.
A feira de artesanato da Avenida Beira-Mar é um prato cheio para quem gosta de fazer umas comprinhas...assim como o casal Oliveira.
No entanto, como nem tudo é perfeito, algumas coisas nos entristeceram bastante. A primeira delas é em relação a pobreza. Não dá para fingir que não se vê o número de moradores de rua e mendigos que circulam no centro de Fortaleza. Além da vida precária de muitos que nos atenderam ao longo desses 12 dias. Tudo é muito simples e pouco para eles, porém eles não deixam de sorrir e fazer piadas. Uma verdadeira lição!
Segundo ponto, a casa do escritor José de Alencar, considerado um dos maiores romancista do Romantismo brasileiro e autor de "Iracema", nome de uma das praias locais, conforme citado há pouco. O que deveria ser um ponto de visita obrigatório para os turistas, está abandonado. O taxista que nos levou até lá comentou que ele tinha passado 10 anos sem levar nenhum interessado lá, que éramos os primeiros depois de todo esse tempo...absurdo! Ele nos contou também que queriam derrubar a casa, porém a faculdade local não permitiu e tomou a frente, realizando o tombamento do local. Pelo menos isso! Isso tudo, porque não se divulga, não dão a devida importância a nossa cultura. Nos entristeceu bastante.
Outro ponto deprimente é o turismo sexual. A quantidade de adolescentes (meninos e meninas) que se prostituem envergonha. Eles se "oferecem" explicitamente, sem pudor, em qualquer horário. Envergonha porque a maioria não tem completos nem 18 anos, porque é a imagem do Brasil no exterior, sobretudo para os europeus, que vem sozinhos, nunca em família, explorar essa prostituiçao escancarada.
E por último, confesso que nos sentimos colonizados. O domínio dos estrangeiros em nossa terra chega a dar raiva, sem exageros. Na pousada que ficamos em Jericoacora nos sentimos estrangeiros em determinadas situações, como nem na Itália havíamos nos sentido. Eles compram imóveis e estabelecimentos porque nossa moeda é desvalorizada e fazem dos brasileiros empregados deles. Triste e revoltante!
Contudo, mesmo com esses pontos negativos, é uma viagem que recomendamos e que repetiremos. Pois a beleza do local supera qualquer coisa...É tudo muito lindo, azul, limpo e iluminado.
"…Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”(…) Amir Klink
Aldo Santos e Neide Costa
Cearense é alegre, simples e receptivo. Seus nomes inventados, muitas vezes com combinações do nome do pai e da mãe são hilários. Para citar um exemplo, uma de nossas guias chama-se "Reshirley", é isso mesmo, "RESHIRLEY". Para facilitar chamávamos-a de "Re". Pensar que uma filha nossa poderia se chamar "Aldineide" por lá é de tirar o sono.
O teatro do humor cearense é algo que todos devem conhecer. Além de ter um preço acessível, conta com um número de comediantes, que se revesam diariamente nas apresentações, que faz você dar risada até chorar.
Citar que as praias são paradisíacas é "chover no molhado", tudo é impressionantemente lindo, de leste a oeste. Em lugares como esse 1 dia representa uma semana. Das praias, tiramos o chapéu para Mundaú e Jericoacora, ou simplesmente "Jeri", como os nativos carinhosamente a chamam...qualquer possibilidade de descrevê-las seria inútil, pois é preciso ver aquelas areias, sentir aquele ar, aquele calor para verificar que não é exagero, você se sente no paraíso.
Ironia o banho na praia de Iracema em Fortaleza não ser recomendado, talvez eles não conheçam o litoral sul paulista.
A feira de artesanato da Avenida Beira-Mar é um prato cheio para quem gosta de fazer umas comprinhas...assim como o casal Oliveira.
No entanto, como nem tudo é perfeito, algumas coisas nos entristeceram bastante. A primeira delas é em relação a pobreza. Não dá para fingir que não se vê o número de moradores de rua e mendigos que circulam no centro de Fortaleza. Além da vida precária de muitos que nos atenderam ao longo desses 12 dias. Tudo é muito simples e pouco para eles, porém eles não deixam de sorrir e fazer piadas. Uma verdadeira lição!
Segundo ponto, a casa do escritor José de Alencar, considerado um dos maiores romancista do Romantismo brasileiro e autor de "Iracema", nome de uma das praias locais, conforme citado há pouco. O que deveria ser um ponto de visita obrigatório para os turistas, está abandonado. O taxista que nos levou até lá comentou que ele tinha passado 10 anos sem levar nenhum interessado lá, que éramos os primeiros depois de todo esse tempo...absurdo! Ele nos contou também que queriam derrubar a casa, porém a faculdade local não permitiu e tomou a frente, realizando o tombamento do local. Pelo menos isso! Isso tudo, porque não se divulga, não dão a devida importância a nossa cultura. Nos entristeceu bastante.
Outro ponto deprimente é o turismo sexual. A quantidade de adolescentes (meninos e meninas) que se prostituem envergonha. Eles se "oferecem" explicitamente, sem pudor, em qualquer horário. Envergonha porque a maioria não tem completos nem 18 anos, porque é a imagem do Brasil no exterior, sobretudo para os europeus, que vem sozinhos, nunca em família, explorar essa prostituiçao escancarada.
E por último, confesso que nos sentimos colonizados. O domínio dos estrangeiros em nossa terra chega a dar raiva, sem exageros. Na pousada que ficamos em Jericoacora nos sentimos estrangeiros em determinadas situações, como nem na Itália havíamos nos sentido. Eles compram imóveis e estabelecimentos porque nossa moeda é desvalorizada e fazem dos brasileiros empregados deles. Triste e revoltante!
Contudo, mesmo com esses pontos negativos, é uma viagem que recomendamos e que repetiremos. Pois a beleza do local supera qualquer coisa...É tudo muito lindo, azul, limpo e iluminado.
"…Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”(…) Amir Klink
Aldo Santos e Neide Costa
Percebe-se que os pontos negativos citados no texto é originado pelo homem como a desigualdade, a prostituição, a falta de reconhecimento cultural. No mais, é enriquecedor uma viagem que nos mostra esse contraste descrito tão bem no blog.
ResponderExcluirAldo e Neide, muitas saudades de vcs... nunca ficamos tanto tempo sem nos falarmos e sem nos vermos... Olhei cada foto postada no orkut, fiquei muito feliz por vcs... O Aldo que ia postando ainda estando na viagem, fui imaginando o quanto vcs estavam bem e descansandos, coisa que ambos merecem... Sem Carbono, sem Estre, sem transito né Aldo?... Amo demais vcs, o texto é lindo! E com certeza acatei a dica de vcs, vou me programar para fazer uma viagem dessas, pois coisas boas, só mesmo os amigos indicam!!!
ResponderExcluirQuero ver as fotos que não foram postadas no orkut neste final de semana viu??? beijocas para ambos.